quinta-feira, maio 21, 2009

♥ O DIREITO À INDIFERENÇA ♥

Existe uma época da vida em que as pessoas lutam pelo direito de serem diferentes. Sabemos que a sociedade tem uma inclinação a aglomerar todos na mesma tribo, estabelecendo tendências de comportamento e regras indiscutíveis sobre o que é certo e errado. É uma maneira de manter o rebanho reunido, sem evasões. Mas não tem jeito, vozes dissonantes sempre existirão - aleluia! Nada mais chato do que todos pensando igual e vivendo igual.
Posto isso, devo admitir que nunca cheguei a ser uma voz dissonante: vivi de forma muito parecida com a maioria das pessoas e nunca me considerei uma outsider. Mas se nunca ergui a bandeira do direito de ser diferente, hoje me outorgo o direito de ser indiferente. Uma bandeira mais pejorativa, eu sei. Sem o charme da contestação, da transgressão. Ser indiferente é quase uma petulância.
Já havia percebido que eu tinha esse desvio, mas ele ficou realmente claro quando surgiu o assunto da Susan Boyle. Nunca fiz o tipo que adora uma teoria da conspiração, inclusive acho ridículos aqueles que acham que o homem nunca foi à lua ou que Elvis está vivo. Mas essa Susan se transformou no meu homem que não foi à lua. Desde o primeiro instante, achei tudo com cara de armação, e o fato de eu antipatizar muito com aquele Simon Cowell, jurado do programa, contribuiu. A música que ela cantou também nunca me desceu. Ou seja, não comprei essa história.
Insensível? Pois é, só me faltava essa, ter me tornado uma insensível.
Mas, por enquanto, prefiro a indiferença. Não posso levar a sério o fato de duas centenas de pessoas estarem espirrando e com dor no corpo, e isso paralisar o mundo. Provocadoramente, continuo salivando diante de um lombinho de porco e ando louca para viajar ao Mexico, aproveitando as praias vazias e os preços mais em conta. Essa gripe deveria se chamar Gripe Susan Doyle: parece que é pra valer, mas há controvérsias.
Não é por eu querer ser diferente, não. Quem me conhece sabe que sou clone de qualquer outra mulher, basta observar meus hábitos, minhas roupas, minhas opiniões: em geral, faço parte da turma das iguais.
Mas não me tire o prazer de me manter indiferente a algumas coisas. Virou meu luxo secreto: não me sentir convidada a entrar em certas ondas.

Um comentário:

Patrícia Fujii Bonoto disse...

Oi Re!!!

Brigadinha pela visita no meu blog...te espero lá mais vezes...estarei sempre retribuindo a visitinha.

Bjo!!

♥♥

♥ Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho.♥

♥ Minha Evolução ♥